A escolha de uma carreira costuma acontecer sob muita pressão. Reflita por um momento; você conhecia a si mesmo aos dezoito, dezessete anos? Entendia mesmo a realidade de um emprego, um compromisso que ocupa uma porcentagem sólida da sua vida? Certas teorias neurológicas sustentam que o cérebro só finaliza seu desenvolvimento aos vinte e cinco anos; mas aos dezoito, recém-saídos do casulo protetor da escola, de repente nos deparamos com uma enxurrada de escolhas.
E essas escolhas parecem urgentes. É uma questão de perspectiva; depois de dezoito anos de vida, alguns dos quais você mal se lembra, como estimar verdadeiramente os próximos vinte, quarenta, sessenta anos? A sensação é que a escolha feita neste momento vai determinar toda a nossa vida. Lidamos com o medo de fazer a escolha errada, de não obter sucesso, do arrependimento. E isso tudo durante um período intenso de descobertas e crescimento.
Visto por essa perspectiva, parece até impossível fazer uma escolha nesse momento que dure para a vida inteira. Individualmente, não é. Mas seria sim impossível que essa escolha durasse para sempre para todas as pessoas, sempre. Pessoas mudam. Nossas circunstâncias mudam, e nosso entendimento de nós mesmos. O cérebro pode estar “finalizado” aos vinte e cinco anos, mas em termos de desenvolvimento pessoal, ninguém nunca está finalizado.
Mudar de Carreira: Você Não Está Sozinho
Então, você chegou aos quarenta. Não é mais um adolescente; você com certeza cresceu muito, conheceu novas pessoas, se desenvolveu, e entende muito melhor quem você é e o que quer da vida. E o que você quer da vida é mudar de carreira. Por qualquer motivo, sua carreira atual não te satisfaz.
Mas vem aquela sensação de medo, de fracasso. Será que é possível mudar de carreira depois dos quarenta? Isso não vai desmerecer tudo que eu já conquistei? O que fazer?
Primeiro, saiba que você não está sozinho! Cada vez mais pessoas optam por mudar sua trajetória; fatores como a diversidade do mercado de trabalho, ou a facilidade de procurar posições em qualquer lugar do mundo, tornam essa mudança cada vez mais comum. A faixa dos quarenta ou cinquenta anos, em especial, está à procura de novas oportunidades.
Alguns dos motivos mais citados são tédio, a perda do engajamento, a falta de entusiasmo. Aquela sensação que você não vai aguentar passar os próximos vinte e cinco anos fazendo o que está fazendo. Humanos são, afinal, novidadeiros. Precisamos de estímulo nas nossas vidas. Uma carreira que foi desafiadora aos vinte anos pode ter perdido seus desafios com a experiência dos quarenta. Por que não se desafiar novamente?
Quais as Dificuldades?
Claro que nenhuma mudança acontece sem contratempos. Um dos maiores medos é o da insegurança financeira; afinal, nesse estágio da vida, é provável que você tenha obrigações financeiras das quais não pode se desfazer, como aluguéis, prestações, filhos, etc. Mas outros medos são muito mais internos do que externos.
É provável que, quando vem o desejo de mudança, você não saiba exatamente aonde ir. O que me faria feliz? Onde eu me sentiria satisfeito? Isso sem falar no medo do desconhecido. Mesmo o trabalho mais penoso e entediante já é conhecido, amaciado, sem grandes surpresas. Mas não sabemos o que nos espera na busca por algo novo.
Por isso, o primeiro passo para mudar de carreira —a pedra angular— dever ser autoconhecimento.
Autoconhecimento e Mudança na Carreira
Todas as dificuldades em uma mudança de curso podem ser superadas; mas isso só pode ser feito com um autoconhecimento forte. Quanto mais intimamente você compreender seus desejos, mais fácil vai ser encontrar um objetivo, e se manter motivado na sua busca. Quanto melhor conhecer seus medos, mais capaz vai ser de enfrentar as inseguranças e obstáculos.
Nosso conhecimento de nós mesmos são nossa bússola durante grandes mudanças de vida; nos impedem de ficar à deriva, pois sempre temos um norte para nos guiar. “O que eu quero?”
Portanto, para dar o primeiro passo na sua jornada, busque o autoconhecimento. Todo o resto vem depois.