As máscaras de Karol

As máscaras de Karol

Na noite desta terça-feira o Brasil parou e votou para a eliminação da paranaense Karol Conká no Big Brother Brasil. Nunca houve uma votação que demostrasse tamanha rejeição e com 99,17% dos votos, parecia que a cantora estava sozinha no paredão.

No discurso pré-eliminação, Tiago Leifert tentou amenizar as atitudes de Karol ao dizer que é impossível ser você mesmo dentro de um jogo vigiada 24h por dia, mas será?

Já falamos aqui a respeito das máscaras que utilizamos em nosso dia a dia, somo pessoas diferentes, em diferentes ambientes onde transitamos, nunca nos mostramos por completo, normalmente moldamos nossas atitudes e comportamentos para nos encaixar aos padrões estabelecidos e esperados. Deste modo agimos de uma forma no trabalho, de outra na família, com os amigos, nas redes sociais e como transitamos frequentemente por estes diferentes grupos sociais, não deixamos que nenhum nos veja por completo, de todos os ângulos, estamos sempre pulando de ambiente para ambiente, grupo para grupo, na rotina corrida que vivemos em nosso dia a dia.

Aí vem a pergunta, será que realmente não é possível ser você mesmo trancafiado em uma casa, convivendo 24h por dia com as mesmas pessoas, sendo monitorada, tendo todos os seus movimentos, conversas, pensamentos vigiados ou nestas condições, a pessoa não consegue mais se esconder em suas máscaras sociais e inevitavelmente mostra sua verdadeira personalidade, seus medos, suas frustrações?

Tiago tem razão em dizer que somos diferentes conforme o ambiente que estamos inseridos, mas uma coisa nunca muda, nossos valores, nossa essência,  nosso caráter.

A solidariedade deve ir além da pandemia; Servir ao próximo é um ato de cidadania e de amor acima de tudo

ong teto curitiba paraná voluntário

Em 2019, O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que 13,7 milhões de brasileiros viviam abaixo da linha da pobreza extrema.

Segundo o Banco Mundial, significa viver com menos de dois dólares (ou mais ou menos dez reais) por dia. São pessoas que  vivem em condições muito precárias, não têm onde morar,  não têm como se alimentar, não têm trabalho, acesso a saúde e saneamento básico.

Basta olhar à nossa volta, nosso quintal, que o sofrimento, a pobreza e a miséria estarão por ali, se tivermos olhos de ver! Felizmente há pessoas comprometidas com essas mazelas e interessadas em abrandar esse sofrimento.

Até 2021, a pandemia do novo coronavírus (Covid-19) e a recessão global podem fazer com que 150 milhões de pessoas entrem no indicativo de pobreza extrema.

É o caso da ONG TETO, que atua na conscientização da comunidade em prol das populações e comunidades mais carentes. Basicamente todo o trabalho da ONG é realizado por meio do voluntariado. A TETO atua, com a ajuda de moradores de comunidades precárias e voluntários, para diminuir a situação de pobreza nas maiores favelas do país. Todo o trabalho é direcionado para construção de moradias de emergência nas comunidades mais carentes. Iniciativa que nasceu em um grupo de jovens chilenos, em 1997,  que se espalhou por toda a América Latina.

 A organização luta por uma sociedade mais justa, igualitária, integrada e sem pobreza, para que todos os cidadãos possam exercer seus direitos e deveres, além de terem a oportunidade de desenvolver habilidades e capacidades, a partir do digno direito à moradia.

São mais de 70 mil voluntários e quase cinco mil moradias construídas pelas favelas do Brasil.

No Paraná os números também impressionam, mas os cuidados com a Covid-19 suspendeu parte dos trabalhos. Segundo Ana Bivar, Coordenadora da TETO aqui no Estado, são 165 voluntários fixos e  já foram construídas 440 moradias. “A pandemia paralisou o nosso programa de construção por conta do isolamento e do afastamento social. Por isso estamos tocando apenas os projetos sociais, que demando menos gente para execução”, explica a coordenadora.

A TETO atua em nove comunidades  nos municípios de Curitiba, Araucária e Colombo, com trabalho permanente nas comunidades elaborando, juntamente com moradores, projetos de infraestrutura urbana. São elaborados levantamentos socioeconômicos nas comunidades e construídas moradias de emergência através das atividades pontuais massivas.

A coordenadora ressalta que o voluntariado e as doações são de suma importância para as comunidades carentes. “ O trabalho voluntário é importante porque traz uma diversidade de olhares sobre as mesmas problemáticas da cidade, e também sendo uma forma de envolver diversas parcelas da sociedade civil na construção da sociedade que queremos. Nesse momento, estamos com os projetos de infraestrutura urbana voltados à mitigação do covid19, e qualquer doação para conseguirmos suprir as demandas das comunidades é bem vinda. Mas é ainda mais importante conseguirmos doações mensais, sendo uma forma mais segura de mantermos nosso trabalho. E também, outro recurso que é de muita importância é através de parcerias com empresas”, alerta Bivar.

Conhecendo o trabalho realizado pela TETO é que  nós da Soul decidimos doar parte do valor de cada curso vendido pela empresa para a ONG. Significa que você que nos segue e consome os nossos conteúdos também está ajudando esse trabalho.

Nós da Soul também acreditamos em um mundo melhor e uma sociedade mais justa. Vamos fazer nossa parte, cuidar no nosso jardim, olhar para o nosso quintal e quem sabe inspiramos mais colaboradores!

Ficou interessado? Quer saber como ajudar a ONG TETO e/ou ser um voluntário do projeto? Clique aqui e saiba mais sobre a TETO Brasil.

Sociedade dos Poetas Mortos: Ensinamentos para a nossa essência

sociedade dos poetas mortos

Por Altair Turbay Jr.

Quando saí do cinema naquela tarde ensolarada, tinha uma certeza na minha cabeça: quero ser professor; quero compartilhar com muitas pessoas sobre a beleza da vida, da arte, do Ser – Ser com s maiúsculo para marcar a complexidade e a diversidade do ser humano – da amizade. Quero influenciar e ser influenciado. Tinha acabado de assistir com 14 anos, no Cine Bristol, Sociedade dos Poetas Mortos. O filme me influenciou com tanta profundidade que comecei a me vestir como poetas ingleses e americanos, mergulhei em discos brasileiros e estrangeiros, procurando letras e ritmos que me sensibilizassem para continuar com a energia que senti no filme. “Carpe diem, Carpe diem, aproveite o dia…” não saía da minha cabeça.

Porque, acreditem ou não, todos neste recinto um dia pararão de respirar, esfriarão e morrerão. (…) Carpe diem, aproveitem o dia, rapazes. Tornem as vidas de vocês extraordinárias.”

O que aconteceu comigo em 1989, provavelmente acontece com quase todas as pessoas do mundo: são influenciadas por algo que as motiva a mudar, refletir, construir, (re)construir na jornada da vida. Acredito que isto acontece quando conectamos os estímulos do mundo com a nossa essência.

Tornei-me professor, palestrante, instrutor e, para alguns, mentor, seguindo os passos do professor John Keating (interpretado pelo excelente Robin Williams), mas também os da minha avó Nilza Braga Fernandes (que tem escola com nome em região rural do Paraná). Ou seja, a minha essência é utilizada na vida profissional e na vida pessoal. E isto é lindo! Quando conectamos essência nas nossas ações, construímos poemas, conectamos com a beleza, desenvolvemos os versos que estimulam a nossa rotina.

Não lemos e escrevemos poesia porque é bonitinho. Lemos e escrevemos poesia porque fazemos parte da raça humana. E a raça humana é cheia de paixão. Medicina, direito, administração, engenharia, são atividades nobres, necessárias à vida. Mas a poesia, a beleza, o romance, o amor, são as coisas pelas quais vale a pena viver. Citando Whitman, “ó eu, ó vida das perguntas sempre iguais. Dos intermináveis comboios de descrentes. Das cidades abarrotadas de idiotas. O que há de bom no meio disso ó eu, ó vida? Resposta: você está aqui. Existe vida e identidade. A pujante peça continua, e podes contribuir com um verso.” Qual será o verso de vocês?”

Este é o exercício reflexivo que lanço neste texto: com qual verso você imprime identidade na sua vida? Como está preenchendo a sua vida com a sua essência? Como aproveitar o dia? Como mostrar o que sou de verdade, a minha essência?

Lembro que este filme me fez ficar em silêncio durante todo o final de semana, e por ser um adolescente quieto e tímido, ninguém estranhou a quietude. Mas a minha mente borbulhava com estes questionamentos. Borbulhava não! Ainda borbulha.

Por que estou aqui? Estou em cima da mesa para lembra-los que devemos constantemente olhar para as coisas de um jeito diferente. O mundo é bem diferente daqui de cima.”

Depois de 31 anos, está reflexão está viva e borbulhante. É, acredito que todos os 11.315 dias (aproximados), a partir das aulas do Sr. Keating, ou melhor, my captain, conectar Carpe diem com os projetos profissionais e pessoais provocam novos olhares, novos sentidos e a conexão com a essência. Mesmo que a visão do mundo mude, e ela muda.

Porém, um aviso: aproveitar a vida não é se jogar de cabeça em tudo e de forma imprudente. Temos que ter cautela, prudência, tolerância e coragem, lembrando que coragem só é virtude quando reconhecemos o medo nela.

“Sugar o tutano da vida não significa sufocar com o osso. Há momentos para se ser ousado e momentos para se ser cauteloso.”

Não vou contar a história do filme – quem conta spoiler não vai para o céu – mas escolhi frases que ilustram que a beleza da vida está nos versos que você cria, observando todos os ângulos da realidade, mantendo a prudência para jornadas sustentáveis e, principalmente, conectando-se com a sua essência.

E você, já se conectou com a sua essência? Citando Sr. Keating, me conte, qual será o verso de vocês?

SOCIEDADE DOS POETAS MORTOS (Dead Poets Society – EUA 1989). Direção: Peter Weir. Elenco: Robin Williams, Robert Sean Leonard, Ethan Hawke, Josh Charles, Gale Hansen, Dylan Kussman, Allelon Ruggiero, James Waterston e Kurtwood Smith. Duração: 129 minutos. Distribuição: Buena Vista.

Meditação: Saiba como a prática é fundamental para manter a serenidade em tempos de pandemia!

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Por Ana Cláudia Freire

Ao contrário do que muitos pensam, a meditação não é um instrumento somente para monges tibetanos, professores de yoga e praticantes do zen-budismo.

A meditação é uma prática que pode ser feita por todos nós, além de ser um recurso precioso para ajudar a manter a nossa saúde mental em tempos de pandemia.

“Eu não consigo meditar”, “minha mente não esvazia”, “não sei ficar parado”, “meditação não é pra mim”, “eu não tem paciência pra ser zen”: se você já repetiu algumas dessas frases que citei aqui é com você mesmo que eu quero falar.

Durante muitos anos criou-se uma ideia falsa de que meditar é somente para pessoas que estão em estado zen e contemplativo. Para grandes iluminados que estão contato direto com a fonte criadora do universo.

A prática também está atrelada à rituais de algumas religiões e crenças que veem na meditação um caminho de autoiluminação.

Contudo, a técnica milenar, que teve início no oriente, vem se popularizado cada vez mais e mostrando a sua importância em nossa sociedade caótica, ocidental e contemporânea.

Meditação é pra você, é pra mim. É para todos nós que não temos como viver em distanciamento do mundo atual, em alguma montanha ou caverna silenciosa.

Meditar vem do latim “meditare” e quer dizer “ir para o centro”. A finalidade é conseguir levar o praticante à habilidade de desligar-se do mundo exterior e ir ao encontro de si mesmo.

Mas porque é tão importante praticar algo que nos obriga a parar a rotina acelerada que assumimos em nossas vidas?

Há várias linhas de pesquisa dentro das ciências que estudam o comportamento humano, que apontam que o homem é, na maior parte do tempo, carregado por suas próprias emoções, nas pequenas e grandes decisões que toma na vida.

Nossos relacionamentos pessoais, afetivos, familiares e de trabalho estão baseados na maneira como lidamos com as nossas emoções e pensamentos, que geram nossos comportamentos.

Buscar um momento de estar presente, com atenção plena e foco naquilo que estamos realizando é a grande sacada da meditação.

Esse exercício nos traz para um estado de harmonia, equilíbrio e paz, tão requisitados e desejados em momentos críticos como os que estamos vivendo.

Esta serenidade tem impacto direto nas nossas decisões e reações, preservando nossa saúde mental a dos que estão em nossa volta.

ANSIEDADE, DEPRESSÃO E PANDEMIA

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Segundo a OMS, as mulheres são mais afetadas pela depressão

A OMSOrganização Mundial da Saúde , apontou em 2018, que o ano de 2020 seria o ano crítico para o diagnóstico de depressão no mundo.

A depressão é considerada a doença mais incapacitante do planeta e estima-se que mais de 300 milhões de pessoas sofra com o trastorno.

Mas o que a OMS não sabia é que 2020 seria também o cenário da pandemia mundial do coronavírus (Covid-19). A pandemia mudou o mundo como concebíamos, mudou o nosso jeito de ser, de sentir, de trabalhar, de se relacionar.

Ela trouxe medo, o pânico, a ansiedade e tantos outros transtornos mentais que impactam diretamente em nossa saúde.

A OBP – Organização Brasileira de Psiquiatria, divulgou nesta semana, uma pesquisa que aponta que 67,8% dos médicos psiquiatras, em todo o país, receberam novos pacientes com transtornos mentais, desde o início da pandemia coronavírus.

A pesquisa da OBP indica que o isolamento social é um dos fatores que podem agravar os transtorno.

MEDITAÇÃO É SAÚDE

Essas informações apontam para o fato de que é necessário e urgente buscarmos alternativas para nos mantermos mentalmente saudáveis durante períodos de turbulência.

Se você se reconhece com sintomas da depressão, ansiedade ou do pânico, que necessitam de orientação médica, não deixe de buscar ajuda com profissionais especializadas e capacitados.

Mas mesmo que esse não seja o seu caso, a meditação pode ajudar de maneira prática na prevenção desses transtornos.

Dentre os mais diversos benefícios da meditação, como foco e estado de presença, como citei acima, a meditação ajuda:

  • no controle da pressão arterial
  • no controle do sistema nervoso
  • diminui o estresse
  • melhora a função imunológica (fundamental em tempos de Covid-19)
  • melhora a qualidade do sono
  • diminui os sintomas de depressão e ansiedade

MEDITANDO EM 3,2,1…

Como todo e qualquer instrumento de aprimoramento e melhora pessoal, a meditação é um exercício diário que tem como objetivo final aumentar a nossa capacidade de foco e atenção no momento presente, trazendo assim um bem-estar generalizado ao nosso organismo físico e emocional.

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Pixabay

Para começar, basta decidir que vai fazer!

Não é preciso de muito tempo, meditar por 3 minutos assim que acordar e antes de dormir já faz uma enorme diferença. A medida que for se acostumando com a prática, aumente gradualmente o tempo de meditação.

Toda a prática consiste em ficar só, com a atenção voltada para você.

Use sua respiração como âncora para se manter focado no presente. Toda vez que sua mente e pensamentos começarem a divagar, volte o foco na sua respiração e deixe que pensamentos e agendas futuras passem livremente por você, sem se apegar ou julgar nenhum deles.

Há um universo de práticas e meditações disponíveis para que você possa buscar uma que faça sentido na sua rotina e res-pi-re…

COMECE HOJE

1. Busque um ambiente confortável e tranquilo para iniciar a sua meditação. Avise às pessoas que convivem com você que este será o seu momento. Diminua a luz do ambiente.

2. Sente-se com a espinha reta, em um tapete de ginástica, ou se preferir pode fazer sentada em uma cadeira com as pernas descruzadas.

3. Perceba o ambiente à sua volta, a temperatura, os cheiros, os sons, esteja presente na prática.

4. Comece dando atenção e foco à sua respiração e use-a como âncora como perceber que sua mente foi invadida por pensamentos.

5. Programe o seu tempo e se preferir ouça uma música relaxante durante a prática.

6. Relaxe o corpo e a mente e se entregue por completo.

Namastê

Empresários e gestores precisam estar atentos à escalada de doenças mentais no ambiente de trabalho

Empresários e gestores precisam estar atentos à escalada de doenças mentais no ambiente de trabalho

Por Ana Cláudia Freire

Faltas sistemáticas, baixa produtividade, pouco interação com o ambiente de trabalho, doenças relacionadas à baixa imunidade e a apatia na relação com os colegas, podem ser sintomas de transtornos relacionados à saúde mental .

Estimativas levantadas pelo Fórum Econômico Mundial apontam que, em todo o mundo, os gastos relacionados a transtornos emocionais e psicológicos no trabalho podem chegar a U$ 6 trilhões até 2030, mais do que a soma de custos com diabetes, doenças respiratórias e o câncer.

Nos últimos dez anos, a concessão de auxílio-doença acidentário devido as doenças mentais aumentou em quase 20 vezes, segundo o Ministério da Previdência Social. Trabalhadores chegam a ficar até 100 dias afastados de suas funções.

Não é frescura! Empresários e gestores precisam estar atentos e em busca de soluções.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), um ambiente de trabalho negativo favorece o surgimento de doenças físicas e mentais nos trabalhadores.

Dados divulgados pelo INSS – Instituto Nacional do Seguro Social apontam que a depressão e o estresse ocupacional estão entre as cinco maiores causas de afastamento do trabalho no Brasil. A projeção da OMS é que, para este ano de 2020, a depressão seja a doença mais incapacitante do mundo.

O RANCKING DAS DOENÇAS METAIS

As principais doenças do trabalho são:

Depressão

Em 2017, um levantamento feito pelo Ministério da Previdência Social apontou que episódios depressivos geraram 43,3 mil auxílios-doença – foi a 10ª doença com mais afastamentos no país.

Estresse Ocupacional

Segundo dados da Isma-BR (International Stress Management Association), 9 entre 10 pessoas que estão no mercado de trabalho têm sintomas de ansiedade e 47% da população sofre de depressão. Complicações cardiovasculares e transtornos do sono são algumas consequências do estresse ocupacional na saúde, assim como o isolamento social e produtividade baixa no trabalho.

Síndrome de Burnout

Síndrome do total esgotamento físico e mental, exclusiva do trabalho – pode ser identificada como um nível devastador de estresse no ambiente de trabalho, que supera a capacidade da pessoa de lidar com o problema. A sobrecarga é o motivo número um para o desenvolvimento da síndrome, mas a falta de reconhecimento do gestor, baixo nível de autonomia e de participação nas decisões, impossibilidade de promoção e conflitos com o chefe ou com colegas também podem desencadear o transtorno.

Os assédio moral e sexual, o  bullying, o excesso de trabalho, as jornadas inflexíveis e as ameaças de desemprego são as principais causas que contribuem para o surgimento dessas doenças no ambiente de trabalho, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU).

O uso abusivo do álcool e de outras drogas, as faltas ao trabalho e a perda de produtividade, estão entre os outros fatores graves que ameaçam a saúde da empresa como um todo.

O QUE SUA EMPRESA PODE FAZER?

Gestores e empresários precisam buscar soluções bem como identificar sintomas em seus colaboradores. Há várias técnicas e ferramentas disponíveis que podem auxiliar  profissionais de Gestão de Pessoas e Recursos Humanos na solução desses problemas.

Em dezembro de 2019, a Associação Brasileira de Recursos Humanos – ABRH-Brasil e a Aliança para Saúde Populacional – ASAP, com o apoio da Agência Nacional de Saúde Suplementar – ANS, lançaram o Programa Empresa Saudável.

O Programa surge para trabalhar em prol da gestão da saúde corporativa e tem por objetivo mobilizar a alta liderança das empresas, principalmente, o Presidente e o gestor RH, assim como a criação de um grupo de trabalho que irá propor um conjunto de recomendações e indicadores para o Programa. Além disso, desenvolver formas de incentivo para que as empresas invistam para aprimorar a gestão da saúde corporativa.

Preocupados com a escalda das doenças mentais no trabalho, um grupo de especialistas de todo o mundo se reuniu como parte do Conselho da Agenda Global de Saúde Mental, ligado ao Fórum Econômico Mental,  para formular um guia para ajudar pessoas, não imposta aonde estejam dentro de uma organização, a desenvolver ferramentas de combate à doenças mentais no local de trabalho.

Para acessar o guia original clique aqui. 

Clique aqui para acessar o Plano de Ação da OMS para a Saúde Mental 2013-2020 (em inglês)

O QUE VOCÊ PODE FAZER?

Procurar ajuda de profissionais especialistas nas doenças citadas é muito importante. Terapias convencionais ou alternativas fazem toda a diferença, quando acontecem simultaneamente ao tratamento medicamentosos e convencional.

Há ainda a possibilidade de procurar o suporte de empresas privadas e/ou de profissionais especialistas na área comportamental, como os profissionais colaboradores da Soul Gestão da Essência, que de maneira individual e personalizada desenvolvem um trabalho de aconselhamento e acolhimento de trabalhadores que estejam passando por esses transtornos, indicando instrumentos e ferramentas de autoconhecimento para ajudar no trabalho de mapear habilidades e potenciais que podem estar sendo esquecidos ou deixados de lado.

O trabalho não exclui a orientação dos profissionais de saúde que diagnosticam e combatem a doença.Tudo funciona de maneira complementar. Ter uma melhor visão de seu propósito e essência, orientado por especialistas, pode auxiliar profissionais a atravessarem momentos críticos em suas carreiras, ameaçados pelas doenças mentais.

O mais importante é primeiro aceitar a condição e jamais entender como fraqueza ou frescura.

Não deixe de buscar ajuda, não deixe de olhar para lado e oferecer ajudar.

Não, ficar no raso não é seguro. Vá para o fundão!

Não, ficar no raso não é seguro. Vá para o fundão!

Por Ana Cláudia Freire

Me diga uma coisa garota: você está feliz nesse mundo moderno ou você precisa de mais? Existe algo que você esteja procurando?

Há um ano eu estava no topo de um dos prédios mais altos do mundo, no coração da “capital” do mundo e essa pergunta não saia da minha cabeça.

Em meio à multidão de pessoas que se acotovelavam pelo melhor ângulo da selfie para garantir o post das as redes sociais, a canção que foi tema do remake “Nasce uma Estrela” (2018), eternizada pela voz de Lady Gaga em um dueto com o  ator Bradley Cooper, me torturava com seus questionamentos.

Arquivo Pessoal/Instagram

Me lembro dos olhares condenatórios de familiares e amigos quando voltei pro Brasil e tive a coragem de dizer que Nova Iorque não era tudo aquilo, que provavelmente não seria um destino de retorno. Sabe herege?

Calma, NYC é tudo isso que a gente vê no cinema sim. A cidade é fantástica, espetacular. Não é a cidade. Levei muito tempo pra digerir e entender que poderia estar em qualquer lugar do mundo, que estaria me sentindo no raso. “Segura”, mas no raso!

O meu processo de mudança, de busca interior, de autoconhecimento, já havia começado e nem mesmo estar no topo do imponente Rockfeller Center conseguiu me seduzir à época.

Naquele momento eu fazia parte de um grupo nada seleto de pessoas que precisa de medicação pra amortizar suas angústias e inquietudes. Eu combatia a ansiedade, algumas pessoas lutam com a depressão e outras tantas lutam com os vários outros transtornos. Somos um grupo de pessoas em busca de saúde mental.

Segundo a Organização Mundial de Saúde, o Brasil lidera o ranking mundial de transtornos mentais.  Ocupamos a primeira posição em sintomas de ansiedade, com mais de 18 milhões de pessoas com o transtorno no país.

Quando falamos em depressão, somos mais de 11 milhões de brasileiros adoecidos e ocupamos o triste segundo lugar no pódium. Me choco ao saber que crianças e jovens adolescentes engrossam a lista de pessoas que não vem mais perspectivas e acabam tirando a própria vida.

São milhares e milhares de pessoas mundo a fora achando procurando uma pontinha no “raso”, na “superfície”, aonde aprendemos que é “seguro”.

Era isso, não importava aonde eu estivesse naquele momento, eu não estava em paz comigo, eu já tinha dado um passinho pro fundão.

Meu olhar tinha outro foco e não conseguiu ficar distraído nas luzes, que  são tantas e em todos os lugares, gritando pra que você esteja alerta e acelerado.

Ao contrário, meu olhar viu uma NYC sombria (quase que aquela que inspira Gotham City). Uma NYC onde a obesidade mórbida passeia de carrinho pelas ruas carregando seu fast food. Aonde o lixo acumulado à noite, ao lado de fora dos vários restaurantes e lojas de toda ordem de consumo, serve de colchão para a infinidade de homeless que habita a cidade. A hostilidade de imigrantes que lutam pra garantir uma vaga em algum subemprego que garanta a sua permanência no país dos sonhos.

Talvez (me perguntei na época) se eu tivesse ido para um mosteiro em algum lugar do mundo oriental, um templo, em retiro, talvez me sentisse melhor. Hoje eu sei que isso é uma ilusão também. Não é verdade!

“Quando não estamos bem e em paz, não há lugar no planeta que seja capaz de nos colocar no local de plenitude”

Outro trecho da canção de Gaga diz que: “ nos bons momentos eu anseio por mudança, mas nos maus momentos eu tenho medo de mim mesma”. Quando não estamos bem e em paz, não há lugar no planeta que seja capaz  de nos colocar no local de plenitude.

O processo é totalmente inverso, é preciso ir para as profundezas, preciso mergulhar na essência, é preciso se compreender sem distrações ou superficialidade. Só assim, seremos capazes de TRAZER essa paz para o mundo, ao invés de ESPERAR por ela. Não fique no raso esperando ser acolhido e compreendido. Você corre o risco de tomar um belo “caldo” quando uma onda maior vier em sua direção.

É de dentro pra fora. Somos nós que trazemos luz, paz, plenitude pro mundo e não o contrário. Só assim seremos capazes de estarmos em uma zona de guerra e ainda assim achar um local de tranqüilidade interna.

Hoje, é bem provável que volte à NYC e me apaixone pela cidade e curta todas as suas cores.

NÃO TEM MAIS VOLTA

O mundo tende a ser cada vez mais frenético e intenso. E, a menos que você seja um  monge, em sua essência, e vá morar em alguma montanha no Tibete, não tem como escapar.

Portanto, o mergulho precisa ser corajoso. É desafiador, incômodo, mas necessário. Precisamos aprender a estar no mundo, seja ele da maneira que for. Para uns mais leve, para outros mais intenso.

Temos à nossa disposição uma série de terapias convencionais e alternativas que podem nos auxiliar nesse processo, durante o mergulho interno.

Cursos, livros, mentorias, grupos, uma infinidade de ferramentas disponíveis para acessarmos o autoconhecimento e chegarmos a essa tão almejada paz de espírito.

Vá em busca de algo que faça sentido para você. Mas mergulhe, o raso é o pior lugar aonde você pode ficar.   

Carnaval, Época de Tirarmos as Máscaras

Carnaval, Época de Tirarmos as Máscaras

Ao contrário do que se imagina, esta é a época do ano onde provavelmente nos aproximamos mais de nossa essência. Muitas vezes livres das diversas amarras sociais que nos conduzem.

Em nosso cotidiano usamos diversas máscaras para que possamos nos adequar aos diferentes ambientes onde transitamos.
Nossa maneira de agir e reagir às pessoas e circunstâncias difere de acordo com o ambiente em que estamos inseridos. Seja no trabalho, com os amigos, em sociedade ou em família, estaremos sempre buscando a “máscara” que se encaixa melhor no ambiente, conforme os padrões pré-estabelecidos pela cultura em que estamos mergulhados.
A questão que cabe à reflexão aqui é: Qual destas máscaras representa verdadeiramente quem você é? E sem máscara, quem é você?

No início do século XX George Ivanovich Gurdjieff, mestre espiritual greco-armênico, apresenta ao ocidente o eneagrama, símbolo oriental que continha todas as possibilidades do homem. Desde então, este vem sendo aprimorado por estudiosos como Oscar Ichazo, Claudio Naranjo, Don Richard Riso e Huss Hudson e utilizado como ferramenta por terapeutas, coaches e psicólogos.

Este símbolo traz em si informações sobre as nove matrizes ou tipos de personalidade. Cada tipo tem suas luzes e sombras, vícios, fixações, virtudes. Segue abaixo uma lista bem breve dos nove, que não traz a infinidade de informações e estudos sobre de cada um dos tipos, mas mostra seus traços principais:

Tipo 1 – O perfeccionista
Tende a organização, à perfeição, é disciplinado, busca ser correto. Pode ser moralista, crítico, insatisfeito.

Tipo 2 – O doador (ou ajudante)
Tende a colocar sua atenção nos outros, busca ser querido e necessário, é generoso. Pode ser orgulhoso e alimentar o auto-engano sobre si.

Tipo 3 – O realizador
Gosta de ser reconhecido, é capaz, busca superação. Pode ser competitivo e vaidoso.

Tipo 4 – O romântico (ou individualista)
É artístico, original, busca ser diferente. Pode ser invejoso e individualista.

Tipo 5 – O observador
É pensador, pesquisador, adora conhecer profundamente. Tende a avareza e ao isolamento.

Tipo 6 – O cético leal (ou guardião)
Questionador, desconfiado, cheio de dúvidas, porém leal e cuidadoso. Tende à insegurança.

Tipo 7 – O entusiasta
Busca ter prazer e satisfação, é loquaz e improvisador. Tende a ser guloso, hedonista e racionalizar as situações.

Tipo 8 – O patrão (ou estrategista)
Líder, confrontador, justo e verdadeiro, pode ser rude e excessivamente assertivo, tende à luxúria e na vingança.

Tipo 9 – O mediador
Pacifista, preservacionista, é tranquilo e favorável. Pode ser preguiçoso e apático.

O auto-conhecimento tem um papel importante nestas questão, nos permite separar nossa essência de das diversas personagens que somos obrigados a construir para sobreviver a esta sociedade complexa, onde, muitas vezes, vivemos conforme expectativas alheias, reforçadas pelas redes sociais em uma queda de braço entre ego e self, duas partes de uma mesma personalidade.

E aí? Neste carnaval você colocará uma fantasia ou tirará suas máscaras?

By Cassiano Marcelus

Investir em Potencial Humano é fundamental para a sobrevivência da sua empresa

talento empresas

Atrás de uma grande e bem sucedida empresa tem sempre… muitas, muitas pessoas!

São as potencialidades humanas que podem levar sua empresa ao seu sucesso ou ao seu total e amargo fracasso.

Ainda nos dias de hoje, algumas corporações, independentemente do porte, insistem em investir somente em tecnologia e inovação, desconsiderando a importância de trabalhar para desenvolver talentos humanos, bem como para retê-los. Olhar para o potencial humano tem a ver com o desenvolvimento das habilidades, valores, conhecimentos e experiências que o indivíduo possui.

Saber gerenciar esses talentos e agregar esse potencial aos valores e missão de cada empresa é fundamental para o acerto.

Infelizmente, ainda vemos gestores contrariados quando as equipes de Gestão de Pessoas e de Recursos Humanos sugerem treinamentos, consultorias, cursos de desenvolvimento e ações de todo o tipo, que envolvam o melhoramento profissional e o bem estar das pessoas e do ambiente de trabalho.

Gestão de Talentos

Uma pesquisa da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH) aponta que empresas que investem na Gestão de Talentos, seja de líderes ou liderados, são até seis vezes mais bem-sucedidas no mercado.

O estudo analisou 1.927 empresas de todos os portes no país, sendo 30% de microempresas,  45% pequenas empresas, 23% médias e 12% grandes.

Das empresas participantes da pesquisa, cerca de 70% consideradas não bem-sucedidas, não investem na valorização do indivíduo ou em qualquer ação que promova seu engajamento e desenvolvimento.  Apenas 24% dos participantes disseram que suas empresas investem no seu desenvolvimento pessoal da forma esperada, enquanto que 34% afirmaram não ser este o foco de atenção de suas empresas.

Portanto, se você quer fazer parte do grupo das empresas bem-sucedidas, investir na engrenagem é fundamental para que a roda da sua empresa funcione de maneira eficaz e satisfatória.

Saber investir corretamente nos talentos de seus colaboradores, de forma a alcançar as metas e diretrizes traçadas é fundamental pra sobrevivência no mercado.

Há hoje várias técnicas e ferramentas para que sua empresa possa compreender e desenvolver a essência de seus colaboradores.

Empresas com uma boa estrutura de Gestão de Pessoas são as que estão mais aptas a passar por crises com o menor índice de erros e perdas significativas.

Dicas para fazer investir no potencial humano da sua empresa

1. Entenda o perfil de cada colaborador

Busque ferramentas que auxiliem no entendimento da linha comportamental de cada colaborador da empresa. Testes como PELA ou o DISC, tem objetivo de analisar o perfil do colaborador, nos diversos ambientes da empresa. Os testes permitem que o gestor saiba reconhecer como cada colaborador atua em situações de crise e de estabilidade.

2. Identifique Habilidades e Competências

Reconhecer as potencialidades de cada membro da equipe é de fundamental importância para que a liderança da empresa saiba como atuar estrategicamente. Direcionar o indivíduo para sua área de melhor atuação garante bons resultados para a empresa e mantem a satisfação do trabalhador.

3. Comprometa-se com o com o crescimento do seu colaborador

Depois de reconhecer cada talento é preciso se comprometer com o seu colaborador e incentivá-lo a ir além.

O profissional precisa sentir-se motivado e reconhecido para que permaneça engajado com os propósitos da empresa.

A falta de reconhecimento é uma das principais causas de pedidos de desligamentos.

4. Ouça sua equipe

Como empresa é imprescindível ter um canal aberto de comunicação em todos os níveis de hierarquia. Líderes e liderados precisam saber comunicar suas necessidades de maneira assertiva. Gestores que sabem ouvir suas equipes têm mais chances de reter talentos e de obter deles maior produtividade.

Uma equipe bem estruturada e estrategicamente preparada nesse setor é capaz de dar respostas rápidas, utilizando a força e o talento profissional do seu quadro de colaboradores.

O sucesso da sua organização depende fundamentalmente das pessoas que estão você durante a jornada. Invista nelas!

Ana Cláudia Freire é jornalista, comunicadora, gestora de desenvolvimento pessoal e Diretora de Comunicação da Soul Gestão da Essência

Saiba como o excesso de controle pode impedir o seu avanço

Saiba como o excesso de controle pode impedir o seu avanço

Você já deve ter ouvido que tudo vai bem, quando tudo está “sob controle”, ou submetido ao controle. Ao seu controle, pelo menos.

Nosso mundo ocidental nos diz o tempo todo que não podemos e nem devemos deixar as coisas fora do lugar. Precisamos controlar nossos pensamentos, nossos sentimentos, nossas emoções, nosso dinheiro, nossos filhos, cônjuges, amigos, colegas de trabalho, a vida doméstica, os estudos, enfim. Deus nos livre de perder o controle!

Sem controle, tudo parece estar confuso e sem direcionamento e logo somos tomados por uma sensação de insegurança. É possível então que associemos o controle, de qualquer ordem, ao fato de nos sentirmos seguros.

A propósito, ninguém gosta de ser pego de surpresa em uma situação que não estava prevista, não é mesmo? Causa desconforto, constrangimento e muitas vezes gera angústia. Então, para que?

O dicionário diz que “controle é a ação de controlar, de possuir domínio sobre algo ou alguém. Domínio de si mesmo; autocontrole. Capacidade de agir com moderação, comedimento”. Mas quanto disso é benéfico para a nossa saúde mental e desenvolvimento? Quanto desse controle é exatamente aquilo que nos adoece?

Quem aqui se lembra do filme “Click”, onde Adam Sandler interpreta um jovem pai de família que encontra a solução para seus problemas profissionais e familiares usando um controle remoto?

Quem viu sabe que a história não acaba bem e o que era para ser comédia termina em um drama (sensacional, diga-se de passagem).

Sem querer dar spoiler, mas o fato é que o personagem de Sandler resolve usar o controle remoto para acelerar o que de ruim acontecia na vida dele e desacelerar o que era prazeroso. Assim, ele podia escolher o que gostaria de viver mais ou menos, de acordo com a sua zona de conforto. Deu tudo errado. No fim ele percebe que ao querer controlar a vida, perdeu de literalmente de viver o que precisava ser vivido, com o que vinha de luz e de sombra. Perdeu de viver as relações que tanto nos fazem crescer através do compartilhamento das emoções e experiências vividas.

Qual a dose certa de controle?

Deixar o controle de lado é um exercício. O fato não é deixar tudo em desordem. Planejar, organizar e prever, são ações saudáveis e nos ajudam a manter rotinas em todas as frentes: na nossa vida pessoal, familiar e profissional. E sim, gera estabilidade e segurança.

O controle na dose certa está implícito nessas ações. O problema é quando exageramos e saímos do equilíbrio saudável entre deixar que as coisas aconteçam como precisam ser e querer que elas sejam do nosso jeito. Quando não são – e invariavelmente não são: frustramos.

Lá vem a dor, a insegurança, o medo, a angústia e a ansiedade. É uma lista infindável de sentimentos ruins que caminham de mãos dadas com a sensação de impotência diante das coisas.

Ou alguém aqui consegue controlar se um bebê vai nascer doente, ou se o carro do vizinho vai furar o sinal nas próximas horas, ou mesmo se um avião vai cair?

Quando consideramos que situações e ações estão fora da nossa zona de controle, aceitamos com mais facilidade aquilo que não está em nossas mãos decidir.

Você entra no avião, pode até ter medo, sentir um desconforto, mas você confia que o piloto vai colocar aquela montoeira de aço no ar e depois no chão. Do contrário, você nem faria o checkin.

Você confia que seu bebê vai nascer saudável, do contrário, pode ser que nem tentasse.

Você confia que os carros irão parar no sinal vermelho, do contrário, você pararia em todos os sinais de verde.

Aceitação é o melhor remédio para lidar com o descontrole da vida

Uma boa forma de combater o controle e não se sentir completamente vulnerável quando as coisas não saem como o previsto é através da aceitação.

Isso vale para pessoas, sentimentos, dores e desafetos. Quando você aceita pessoas e circunstâncias como realmente são, sem querer controlá-las, você finalmente relaxa e aproveita a jornada.

Se você precisa de agenda e várias listinhas para controlar a sua jornada e afazeres, pode continuar com elas. Faça como quiser, mas permita a fuga delas também. Quantas vezes você programou uma viagem, um passeio, a entrega de um trabalho e as variáveis que não estão sob o seu controle atrapalharam seus planos? E como foi que você reagiu a isso? Imagino que muitas vezes frustrado ou irritado com o resultado. Mas quanto desse final imprevisto poderia ter sido diferente?

Relacionamentos saudáveis exigem doses mínimas de controle

Relacionar-se bem é uma arte. Se o outro não corresponde ao nosso nível de expectativa, logo não estará no nosso controle. Costumamos manter relações aonde os nossos passos são milimetricamente calculados para que nos sintamos confortáveis e seguros. Mas no mundo as coisas não são assim.

Quando não damos conta de lidar com um colega de trabalho que compete além dos padrões éticos, com um subordinado que não entrega a tarefa no prazo, quando um filho não atende nossas demandas, quando um parceiro ou parceira não tem o mesmo nível de entrega que pretendemos da relação, perdemos o tal controle.

É quando entramos em conflito, quando “batemos de frente”, quando subimos o tom da conversa, quando usamos do autoritarismo e não da autoridade. Tudo porque não temos o controle da situação.

Novamente o antídoto está na aceitação. Aceitar que o outro tem sua limitação de entrega e saber com acolhimento e atenção orientar um filho no melhor caminho. Compreender, mesmo que seja desconfortável, o caminho agressivo que seu colega de trabalho escolheu para sobreviver ao mundo corporativo. Se posicionar sempre, mas com ternura e aceitação.

Alguns talvez encarem tudo isso como fraqueza, afinal de contas como aceitar erros alheios quando eles podem ter um reflexo negativo em nossas vidas. É eu sei, parece utópico, mas é possível e plausível.

A escolha vai ser sempre sua. Entre ter razão e promover a paz, prefira a segunda opção. Porque nunca, nunquinha nessa vida você será capaz de controlar pessoas, situações ou circunstâncias. Nem a você mesmo, sinto informar. Quantas vezes você se prometeu aquela dieta na segunda-feira? Ou uma lista de mudanças no dia 31, que no dia 1°não tinha mais sentido? Ouaquele hábito ruim que você já se prometeu para mil vezes?

Comece aceitando os seus erros, suas sombras seus tombos. Olhe para o lado e sinta empatia pelos erros, sombras e tombos alheios. Aceite o que é seu e devolva o que não é.

Exercite a sua capacidade de aceitação. Busque isso na meditação, no autoconhecimento, nas terapias, nos livros, aonde quer que faça sentido para você, mas comece já.

De todos os ditados populares, esse realmente faz todo o sentido: aceita, que dói menos!

Ana Cláudia Freire é jornalista, comunicadora, gestora de desenvolvimento pessoal e profissional e colaboradora da Soul Gestão da Essência.