Empresários e gestores precisam estar atentos à escalada de doenças mentais no ambiente de trabalho

Empresários e gestores precisam estar atentos à escalada de doenças mentais no ambiente de trabalho

Por Ana Cláudia Freire

Faltas sistemáticas, baixa produtividade, pouco interação com o ambiente de trabalho, doenças relacionadas à baixa imunidade e a apatia na relação com os colegas, podem ser sintomas de transtornos relacionados à saúde mental .

Estimativas levantadas pelo Fórum Econômico Mundial apontam que, em todo o mundo, os gastos relacionados a transtornos emocionais e psicológicos no trabalho podem chegar a U$ 6 trilhões até 2030, mais do que a soma de custos com diabetes, doenças respiratórias e o câncer.

Nos últimos dez anos, a concessão de auxílio-doença acidentário devido as doenças mentais aumentou em quase 20 vezes, segundo o Ministério da Previdência Social. Trabalhadores chegam a ficar até 100 dias afastados de suas funções.

Não é frescura! Empresários e gestores precisam estar atentos e em busca de soluções.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), um ambiente de trabalho negativo favorece o surgimento de doenças físicas e mentais nos trabalhadores.

Dados divulgados pelo INSS – Instituto Nacional do Seguro Social apontam que a depressão e o estresse ocupacional estão entre as cinco maiores causas de afastamento do trabalho no Brasil. A projeção da OMS é que, para este ano de 2020, a depressão seja a doença mais incapacitante do mundo.

O RANCKING DAS DOENÇAS METAIS

As principais doenças do trabalho são:

Depressão

Em 2017, um levantamento feito pelo Ministério da Previdência Social apontou que episódios depressivos geraram 43,3 mil auxílios-doença – foi a 10ª doença com mais afastamentos no país.

Estresse Ocupacional

Segundo dados da Isma-BR (International Stress Management Association), 9 entre 10 pessoas que estão no mercado de trabalho têm sintomas de ansiedade e 47% da população sofre de depressão. Complicações cardiovasculares e transtornos do sono são algumas consequências do estresse ocupacional na saúde, assim como o isolamento social e produtividade baixa no trabalho.

Síndrome de Burnout

Síndrome do total esgotamento físico e mental, exclusiva do trabalho – pode ser identificada como um nível devastador de estresse no ambiente de trabalho, que supera a capacidade da pessoa de lidar com o problema. A sobrecarga é o motivo número um para o desenvolvimento da síndrome, mas a falta de reconhecimento do gestor, baixo nível de autonomia e de participação nas decisões, impossibilidade de promoção e conflitos com o chefe ou com colegas também podem desencadear o transtorno.

Os assédio moral e sexual, o  bullying, o excesso de trabalho, as jornadas inflexíveis e as ameaças de desemprego são as principais causas que contribuem para o surgimento dessas doenças no ambiente de trabalho, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU).

O uso abusivo do álcool e de outras drogas, as faltas ao trabalho e a perda de produtividade, estão entre os outros fatores graves que ameaçam a saúde da empresa como um todo.

O QUE SUA EMPRESA PODE FAZER?

Gestores e empresários precisam buscar soluções bem como identificar sintomas em seus colaboradores. Há várias técnicas e ferramentas disponíveis que podem auxiliar  profissionais de Gestão de Pessoas e Recursos Humanos na solução desses problemas.

Em dezembro de 2019, a Associação Brasileira de Recursos Humanos – ABRH-Brasil e a Aliança para Saúde Populacional – ASAP, com o apoio da Agência Nacional de Saúde Suplementar – ANS, lançaram o Programa Empresa Saudável.

O Programa surge para trabalhar em prol da gestão da saúde corporativa e tem por objetivo mobilizar a alta liderança das empresas, principalmente, o Presidente e o gestor RH, assim como a criação de um grupo de trabalho que irá propor um conjunto de recomendações e indicadores para o Programa. Além disso, desenvolver formas de incentivo para que as empresas invistam para aprimorar a gestão da saúde corporativa.

Preocupados com a escalda das doenças mentais no trabalho, um grupo de especialistas de todo o mundo se reuniu como parte do Conselho da Agenda Global de Saúde Mental, ligado ao Fórum Econômico Mental,  para formular um guia para ajudar pessoas, não imposta aonde estejam dentro de uma organização, a desenvolver ferramentas de combate à doenças mentais no local de trabalho.

Para acessar o guia original clique aqui. 

Clique aqui para acessar o Plano de Ação da OMS para a Saúde Mental 2013-2020 (em inglês)

O QUE VOCÊ PODE FAZER?

Procurar ajuda de profissionais especialistas nas doenças citadas é muito importante. Terapias convencionais ou alternativas fazem toda a diferença, quando acontecem simultaneamente ao tratamento medicamentosos e convencional.

Há ainda a possibilidade de procurar o suporte de empresas privadas e/ou de profissionais especialistas na área comportamental, como os profissionais colaboradores da Soul Gestão da Essência, que de maneira individual e personalizada desenvolvem um trabalho de aconselhamento e acolhimento de trabalhadores que estejam passando por esses transtornos, indicando instrumentos e ferramentas de autoconhecimento para ajudar no trabalho de mapear habilidades e potenciais que podem estar sendo esquecidos ou deixados de lado.

O trabalho não exclui a orientação dos profissionais de saúde que diagnosticam e combatem a doença.Tudo funciona de maneira complementar. Ter uma melhor visão de seu propósito e essência, orientado por especialistas, pode auxiliar profissionais a atravessarem momentos críticos em suas carreiras, ameaçados pelas doenças mentais.

O mais importante é primeiro aceitar a condição e jamais entender como fraqueza ou frescura.

Não deixe de buscar ajuda, não deixe de olhar para lado e oferecer ajudar.

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