Meditação: Saiba como a prática é fundamental para manter a serenidade em tempos de pandemia!

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Por Ana Cláudia Freire

Ao contrário do que muitos pensam, a meditação não é um instrumento somente para monges tibetanos, professores de yoga e praticantes do zen-budismo.

A meditação é uma prática que pode ser feita por todos nós, além de ser um recurso precioso para ajudar a manter a nossa saúde mental em tempos de pandemia.

“Eu não consigo meditar”, “minha mente não esvazia”, “não sei ficar parado”, “meditação não é pra mim”, “eu não tem paciência pra ser zen”: se você já repetiu algumas dessas frases que citei aqui é com você mesmo que eu quero falar.

Durante muitos anos criou-se uma ideia falsa de que meditar é somente para pessoas que estão em estado zen e contemplativo. Para grandes iluminados que estão contato direto com a fonte criadora do universo.

A prática também está atrelada à rituais de algumas religiões e crenças que veem na meditação um caminho de autoiluminação.

Contudo, a técnica milenar, que teve início no oriente, vem se popularizado cada vez mais e mostrando a sua importância em nossa sociedade caótica, ocidental e contemporânea.

Meditação é pra você, é pra mim. É para todos nós que não temos como viver em distanciamento do mundo atual, em alguma montanha ou caverna silenciosa.

Meditar vem do latim “meditare” e quer dizer “ir para o centro”. A finalidade é conseguir levar o praticante à habilidade de desligar-se do mundo exterior e ir ao encontro de si mesmo.

Mas porque é tão importante praticar algo que nos obriga a parar a rotina acelerada que assumimos em nossas vidas?

Há várias linhas de pesquisa dentro das ciências que estudam o comportamento humano, que apontam que o homem é, na maior parte do tempo, carregado por suas próprias emoções, nas pequenas e grandes decisões que toma na vida.

Nossos relacionamentos pessoais, afetivos, familiares e de trabalho estão baseados na maneira como lidamos com as nossas emoções e pensamentos, que geram nossos comportamentos.

Buscar um momento de estar presente, com atenção plena e foco naquilo que estamos realizando é a grande sacada da meditação.

Esse exercício nos traz para um estado de harmonia, equilíbrio e paz, tão requisitados e desejados em momentos críticos como os que estamos vivendo.

Esta serenidade tem impacto direto nas nossas decisões e reações, preservando nossa saúde mental a dos que estão em nossa volta.

ANSIEDADE, DEPRESSÃO E PANDEMIA

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Segundo a OMS, as mulheres são mais afetadas pela depressão

A OMSOrganização Mundial da Saúde , apontou em 2018, que o ano de 2020 seria o ano crítico para o diagnóstico de depressão no mundo.

A depressão é considerada a doença mais incapacitante do planeta e estima-se que mais de 300 milhões de pessoas sofra com o trastorno.

Mas o que a OMS não sabia é que 2020 seria também o cenário da pandemia mundial do coronavírus (Covid-19). A pandemia mudou o mundo como concebíamos, mudou o nosso jeito de ser, de sentir, de trabalhar, de se relacionar.

Ela trouxe medo, o pânico, a ansiedade e tantos outros transtornos mentais que impactam diretamente em nossa saúde.

A OBP – Organização Brasileira de Psiquiatria, divulgou nesta semana, uma pesquisa que aponta que 67,8% dos médicos psiquiatras, em todo o país, receberam novos pacientes com transtornos mentais, desde o início da pandemia coronavírus.

A pesquisa da OBP indica que o isolamento social é um dos fatores que podem agravar os transtorno.

MEDITAÇÃO É SAÚDE

Essas informações apontam para o fato de que é necessário e urgente buscarmos alternativas para nos mantermos mentalmente saudáveis durante períodos de turbulência.

Se você se reconhece com sintomas da depressão, ansiedade ou do pânico, que necessitam de orientação médica, não deixe de buscar ajuda com profissionais especializadas e capacitados.

Mas mesmo que esse não seja o seu caso, a meditação pode ajudar de maneira prática na prevenção desses transtornos.

Dentre os mais diversos benefícios da meditação, como foco e estado de presença, como citei acima, a meditação ajuda:

  • no controle da pressão arterial
  • no controle do sistema nervoso
  • diminui o estresse
  • melhora a função imunológica (fundamental em tempos de Covid-19)
  • melhora a qualidade do sono
  • diminui os sintomas de depressão e ansiedade

MEDITANDO EM 3,2,1…

Como todo e qualquer instrumento de aprimoramento e melhora pessoal, a meditação é um exercício diário que tem como objetivo final aumentar a nossa capacidade de foco e atenção no momento presente, trazendo assim um bem-estar generalizado ao nosso organismo físico e emocional.

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Pixabay

Para começar, basta decidir que vai fazer!

Não é preciso de muito tempo, meditar por 3 minutos assim que acordar e antes de dormir já faz uma enorme diferença. A medida que for se acostumando com a prática, aumente gradualmente o tempo de meditação.

Toda a prática consiste em ficar só, com a atenção voltada para você.

Use sua respiração como âncora para se manter focado no presente. Toda vez que sua mente e pensamentos começarem a divagar, volte o foco na sua respiração e deixe que pensamentos e agendas futuras passem livremente por você, sem se apegar ou julgar nenhum deles.

Há um universo de práticas e meditações disponíveis para que você possa buscar uma que faça sentido na sua rotina e res-pi-re…

COMECE HOJE

1. Busque um ambiente confortável e tranquilo para iniciar a sua meditação. Avise às pessoas que convivem com você que este será o seu momento. Diminua a luz do ambiente.

2. Sente-se com a espinha reta, em um tapete de ginástica, ou se preferir pode fazer sentada em uma cadeira com as pernas descruzadas.

3. Perceba o ambiente à sua volta, a temperatura, os cheiros, os sons, esteja presente na prática.

4. Comece dando atenção e foco à sua respiração e use-a como âncora como perceber que sua mente foi invadida por pensamentos.

5. Programe o seu tempo e se preferir ouça uma música relaxante durante a prática.

6. Relaxe o corpo e a mente e se entregue por completo.

Namastê

Empresários e gestores precisam estar atentos à escalada de doenças mentais no ambiente de trabalho

Empresários e gestores precisam estar atentos à escalada de doenças mentais no ambiente de trabalho

Por Ana Cláudia Freire

Faltas sistemáticas, baixa produtividade, pouco interação com o ambiente de trabalho, doenças relacionadas à baixa imunidade e a apatia na relação com os colegas, podem ser sintomas de transtornos relacionados à saúde mental .

Estimativas levantadas pelo Fórum Econômico Mundial apontam que, em todo o mundo, os gastos relacionados a transtornos emocionais e psicológicos no trabalho podem chegar a U$ 6 trilhões até 2030, mais do que a soma de custos com diabetes, doenças respiratórias e o câncer.

Nos últimos dez anos, a concessão de auxílio-doença acidentário devido as doenças mentais aumentou em quase 20 vezes, segundo o Ministério da Previdência Social. Trabalhadores chegam a ficar até 100 dias afastados de suas funções.

Não é frescura! Empresários e gestores precisam estar atentos e em busca de soluções.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), um ambiente de trabalho negativo favorece o surgimento de doenças físicas e mentais nos trabalhadores.

Dados divulgados pelo INSS – Instituto Nacional do Seguro Social apontam que a depressão e o estresse ocupacional estão entre as cinco maiores causas de afastamento do trabalho no Brasil. A projeção da OMS é que, para este ano de 2020, a depressão seja a doença mais incapacitante do mundo.

O RANCKING DAS DOENÇAS METAIS

As principais doenças do trabalho são:

Depressão

Em 2017, um levantamento feito pelo Ministério da Previdência Social apontou que episódios depressivos geraram 43,3 mil auxílios-doença – foi a 10ª doença com mais afastamentos no país.

Estresse Ocupacional

Segundo dados da Isma-BR (International Stress Management Association), 9 entre 10 pessoas que estão no mercado de trabalho têm sintomas de ansiedade e 47% da população sofre de depressão. Complicações cardiovasculares e transtornos do sono são algumas consequências do estresse ocupacional na saúde, assim como o isolamento social e produtividade baixa no trabalho.

Síndrome de Burnout

Síndrome do total esgotamento físico e mental, exclusiva do trabalho – pode ser identificada como um nível devastador de estresse no ambiente de trabalho, que supera a capacidade da pessoa de lidar com o problema. A sobrecarga é o motivo número um para o desenvolvimento da síndrome, mas a falta de reconhecimento do gestor, baixo nível de autonomia e de participação nas decisões, impossibilidade de promoção e conflitos com o chefe ou com colegas também podem desencadear o transtorno.

Os assédio moral e sexual, o  bullying, o excesso de trabalho, as jornadas inflexíveis e as ameaças de desemprego são as principais causas que contribuem para o surgimento dessas doenças no ambiente de trabalho, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU).

O uso abusivo do álcool e de outras drogas, as faltas ao trabalho e a perda de produtividade, estão entre os outros fatores graves que ameaçam a saúde da empresa como um todo.

O QUE SUA EMPRESA PODE FAZER?

Gestores e empresários precisam buscar soluções bem como identificar sintomas em seus colaboradores. Há várias técnicas e ferramentas disponíveis que podem auxiliar  profissionais de Gestão de Pessoas e Recursos Humanos na solução desses problemas.

Em dezembro de 2019, a Associação Brasileira de Recursos Humanos – ABRH-Brasil e a Aliança para Saúde Populacional – ASAP, com o apoio da Agência Nacional de Saúde Suplementar – ANS, lançaram o Programa Empresa Saudável.

O Programa surge para trabalhar em prol da gestão da saúde corporativa e tem por objetivo mobilizar a alta liderança das empresas, principalmente, o Presidente e o gestor RH, assim como a criação de um grupo de trabalho que irá propor um conjunto de recomendações e indicadores para o Programa. Além disso, desenvolver formas de incentivo para que as empresas invistam para aprimorar a gestão da saúde corporativa.

Preocupados com a escalda das doenças mentais no trabalho, um grupo de especialistas de todo o mundo se reuniu como parte do Conselho da Agenda Global de Saúde Mental, ligado ao Fórum Econômico Mental,  para formular um guia para ajudar pessoas, não imposta aonde estejam dentro de uma organização, a desenvolver ferramentas de combate à doenças mentais no local de trabalho.

Para acessar o guia original clique aqui. 

Clique aqui para acessar o Plano de Ação da OMS para a Saúde Mental 2013-2020 (em inglês)

O QUE VOCÊ PODE FAZER?

Procurar ajuda de profissionais especialistas nas doenças citadas é muito importante. Terapias convencionais ou alternativas fazem toda a diferença, quando acontecem simultaneamente ao tratamento medicamentosos e convencional.

Há ainda a possibilidade de procurar o suporte de empresas privadas e/ou de profissionais especialistas na área comportamental, como os profissionais colaboradores da Soul Gestão da Essência, que de maneira individual e personalizada desenvolvem um trabalho de aconselhamento e acolhimento de trabalhadores que estejam passando por esses transtornos, indicando instrumentos e ferramentas de autoconhecimento para ajudar no trabalho de mapear habilidades e potenciais que podem estar sendo esquecidos ou deixados de lado.

O trabalho não exclui a orientação dos profissionais de saúde que diagnosticam e combatem a doença.Tudo funciona de maneira complementar. Ter uma melhor visão de seu propósito e essência, orientado por especialistas, pode auxiliar profissionais a atravessarem momentos críticos em suas carreiras, ameaçados pelas doenças mentais.

O mais importante é primeiro aceitar a condição e jamais entender como fraqueza ou frescura.

Não deixe de buscar ajuda, não deixe de olhar para lado e oferecer ajudar.

Ansiedade: de onde ela vem?

Ansiedade: de onde ela vem?

Para que serve a ansiedade, afinal? Quando você está tomado por ela, com o peito apertado, os músculos tensos, cheio de energia nervosa, tudo o que mais quer é se livrar da sensação. Não conseguir relaxar pode ser desesperador. A ansiedade te tira do momento; ao invés de se concentrar no que está fazendo, no que está a sua frente, só consegue pensar em quão ansioso se sente. Quanto mais ansiedade, menos você se concentra, e quanto pior sua concentração, maior sua ansiedade.

É uma situação de tirar o ar.

Mas a ansiedade, como qualquer outro sentimento, tem seu propósito. É um estado de alerta, que ajuda seu corpo a dizer: “Vamos lá, vai acontecer alguma coisa importante, então é melhor a gente se preparar.” É um sentimento que quer te deixar pronto para encarar desafios. “Pode vir!” ele está dizendo. “Estou esperando!”

Mas então, por que ansiedade pode mais atrapalhar do que ajudar?

Ansiedade não é o problema; o excesso dela é o problema

Nada, nunca, é bom em excesso. Ansiedade especialmente. Quando você se sente excessivamente ansioso, é como se só conseguisse se concentrar no que está por vir. “Pode vir! Estou esperando!” grita sua ansiedade; enquanto isso, o trabalho, desafio, atividade, o que for, que está logo ali na sua frente, não sai porque você não consegue se concentrar nele.

Como Controlar a Ansiedade

Então, como acalmar essa vozinha hiperativa? O autoconhecimento é o primeiro passo.

Do Que Estou com Medo?

Antes de mais nada, é preciso compreender porque você está ansioso. Se ansiedade é uma preparação a algo que está por vir, dificilmente é só a tarefa a sua frente que te deixa ansioso. Em geral, a fonte da ansiedade é o medo. O grande e assustador “E se?”

Se você está enfrentando uma tarefa árdua no trabalho, por exemplo, e está cheio de ansiedade, pergunte-se: do que eu tenho medo? Será que tem medo de falhar, de não conseguir terminar a tarefa? Ou será que o medo mesmo é o que seu chefe vai dizer? Ou que você seja despedido? Ou que sua família passe fome?

Se parece um pouco dramático, é porque ansiedade é mesmo complicada. Por querer te preparar para o que está por vir, ela está sempre olhando lá para frente, prevendo e temendo a pior conclusão possível. Fica impossível se concentrar no trabalho porque você está muito ocupado morrendo de medo do que vai acontecer com sua família quando você perder o emprego.

Mantenha-se no Presente

Quando você compreende qual seu medo verdadeiro – qual é aquele futuro temido que a ansiedade está remoendo – procure voltar ao presente. Uma única tarefa provavelmente não vai ser a causa da sua demissão. Sua família não está passando fome. Você já fez tarefas similares no passado.

Lembre-se: sua ansiedade sempre procura a pior conclusão possível. Ela tem boas intenções. Quer te proteger dessas possibilidades. Mas são só possibilidades, e muitas vezes nem sequer são as mais prováveis. Mais uma vez o autoconhecimento é essencial; você sabe do que é capaz, sabe o que já viveu e o que já superou. Será mesmo que essa pior conclusão possível vai acontecer… ou será que é só a ansiedade sendo pessimista?

Como controlar a ansiedade?

Enfrente seus Medos

Mas e se a vozinha da ansiedade não parecer nem um pouco paranoica? E se os medos parecerem completamente racionais?

É o seu primeiro dia no trabalho; pode muito bem acontecer que você tenha um péssimo desempenho. Ou você tem brigado muito com seu parceiro; pode mesmo ser que ele está pensando em terminar.

Nessas horas, a ansiedade pode nos impedir de confrontar o problema. O medo pelo que pode acontecer é tão grande, que não podemos nos concentrar no que podemos fazer agora. Mas evitar o assunto apenas alimenta o problema. Quando o evitamos, dizemos a nós mesmos; “Sim, isso é tão assustador quanto eu acho que é, tão ruim quanto os meus piores medos.” E assim damos mais munição para a ansiedade excessiva.

Do contrário, quando enfrentamos o problema, mesmo que seja um passinho bem pequeno como abrir um e-mail ou tomar o ônibus para o trabalho, estamos dizendo a nós mesmos: “Olhe, já estamos resolvendo o assunto. Vamos concentrar nossa energia aqui.” E quando o problema for solucionado… muitas vezes, você percebe que seus piores medos não se manifestaram.

Toda vez que você superar uma situação e perceber que o pior não aconteceu, sua ansiedade se acalma um pouco mais. Com autoconhecimento – dos seus medos, das suas conquistas, das suas capacidades – você pode controlar a ansiedade.