As máscaras de Karol

As máscaras de Karol

Na noite desta terça-feira o Brasil parou e votou para a eliminação da paranaense Karol Conká no Big Brother Brasil. Nunca houve uma votação que demostrasse tamanha rejeição e com 99,17% dos votos, parecia que a cantora estava sozinha no paredão.

No discurso pré-eliminação, Tiago Leifert tentou amenizar as atitudes de Karol ao dizer que é impossível ser você mesmo dentro de um jogo vigiada 24h por dia, mas será?

Já falamos aqui a respeito das máscaras que utilizamos em nosso dia a dia, somo pessoas diferentes, em diferentes ambientes onde transitamos, nunca nos mostramos por completo, normalmente moldamos nossas atitudes e comportamentos para nos encaixar aos padrões estabelecidos e esperados. Deste modo agimos de uma forma no trabalho, de outra na família, com os amigos, nas redes sociais e como transitamos frequentemente por estes diferentes grupos sociais, não deixamos que nenhum nos veja por completo, de todos os ângulos, estamos sempre pulando de ambiente para ambiente, grupo para grupo, na rotina corrida que vivemos em nosso dia a dia.

Aí vem a pergunta, será que realmente não é possível ser você mesmo trancafiado em uma casa, convivendo 24h por dia com as mesmas pessoas, sendo monitorada, tendo todos os seus movimentos, conversas, pensamentos vigiados ou nestas condições, a pessoa não consegue mais se esconder em suas máscaras sociais e inevitavelmente mostra sua verdadeira personalidade, seus medos, suas frustrações?

Tiago tem razão em dizer que somos diferentes conforme o ambiente que estamos inseridos, mas uma coisa nunca muda, nossos valores, nossa essência,  nosso caráter.

Carnaval, Época de Tirarmos as Máscaras

Carnaval, Época de Tirarmos as Máscaras

Ao contrário do que se imagina, esta é a época do ano onde provavelmente nos aproximamos mais de nossa essência. Muitas vezes livres das diversas amarras sociais que nos conduzem.

Em nosso cotidiano usamos diversas máscaras para que possamos nos adequar aos diferentes ambientes onde transitamos.
Nossa maneira de agir e reagir às pessoas e circunstâncias difere de acordo com o ambiente em que estamos inseridos. Seja no trabalho, com os amigos, em sociedade ou em família, estaremos sempre buscando a “máscara” que se encaixa melhor no ambiente, conforme os padrões pré-estabelecidos pela cultura em que estamos mergulhados.
A questão que cabe à reflexão aqui é: Qual destas máscaras representa verdadeiramente quem você é? E sem máscara, quem é você?

No início do século XX George Ivanovich Gurdjieff, mestre espiritual greco-armênico, apresenta ao ocidente o eneagrama, símbolo oriental que continha todas as possibilidades do homem. Desde então, este vem sendo aprimorado por estudiosos como Oscar Ichazo, Claudio Naranjo, Don Richard Riso e Huss Hudson e utilizado como ferramenta por terapeutas, coaches e psicólogos.

Este símbolo traz em si informações sobre as nove matrizes ou tipos de personalidade. Cada tipo tem suas luzes e sombras, vícios, fixações, virtudes. Segue abaixo uma lista bem breve dos nove, que não traz a infinidade de informações e estudos sobre de cada um dos tipos, mas mostra seus traços principais:

Tipo 1 – O perfeccionista
Tende a organização, à perfeição, é disciplinado, busca ser correto. Pode ser moralista, crítico, insatisfeito.

Tipo 2 – O doador (ou ajudante)
Tende a colocar sua atenção nos outros, busca ser querido e necessário, é generoso. Pode ser orgulhoso e alimentar o auto-engano sobre si.

Tipo 3 – O realizador
Gosta de ser reconhecido, é capaz, busca superação. Pode ser competitivo e vaidoso.

Tipo 4 – O romântico (ou individualista)
É artístico, original, busca ser diferente. Pode ser invejoso e individualista.

Tipo 5 – O observador
É pensador, pesquisador, adora conhecer profundamente. Tende a avareza e ao isolamento.

Tipo 6 – O cético leal (ou guardião)
Questionador, desconfiado, cheio de dúvidas, porém leal e cuidadoso. Tende à insegurança.

Tipo 7 – O entusiasta
Busca ter prazer e satisfação, é loquaz e improvisador. Tende a ser guloso, hedonista e racionalizar as situações.

Tipo 8 – O patrão (ou estrategista)
Líder, confrontador, justo e verdadeiro, pode ser rude e excessivamente assertivo, tende à luxúria e na vingança.

Tipo 9 – O mediador
Pacifista, preservacionista, é tranquilo e favorável. Pode ser preguiçoso e apático.

O auto-conhecimento tem um papel importante nestas questão, nos permite separar nossa essência de das diversas personagens que somos obrigados a construir para sobreviver a esta sociedade complexa, onde, muitas vezes, vivemos conforme expectativas alheias, reforçadas pelas redes sociais em uma queda de braço entre ego e self, duas partes de uma mesma personalidade.

E aí? Neste carnaval você colocará uma fantasia ou tirará suas máscaras?

By Cassiano Marcelus